As nucas delas hão de redimir as marcas, os ombros furados pelos sutiãs, os desgostos, a secura. Elas vão nos fazer andar de costas, amar de costas, fechar os olhos. As nucas são suaves, sempre virgens, bem casadas com mãos, com línguas, com tinta. Amigas de pelinhos frágeis, narinas sedentas, vermelhos e roxos. Que bela contra-capa dos lábios, a nuca. Que sensibilidade estreita, contínua, com duplas raízes, para cima e para baixo.
Às vezes, quero só nucas. Nem quero seios, nem beijos, nem palavra nenhuma, não. Quero dias inteiros me cansando na preguiça impregnada nesses eixos.
Cabelos deslizam jogados pra cima, descem e cobrem esse pudendo permitido. Se eu te viro agora, penso, e me alegro: há de haver um sorriso no verso.