Dentro importa quem escute?
Sai algo que não se pressente
O que há dentro, em mente?
O que se nota
afetado,
o que não desenrola
com toda a experiência,
todo o fado, o enfado
o desvendamento, as belezas
baixias e elevadas
O que fica e agarra?
Que bata na porta
espalhe porra, leite, mel
E falte água
O que é saudade
Senão sorte estranha de descoberta
Com toda a graça
duvidosa, nebulosa e lamacenta
Que não queima, nem arrasa
Não destrói, mas só fermenta
lenta,
lenta-lenta: lenta
domingo, 26 de maio de 2013
Janela aberta, vento
Cê faz amor comigo
Cê faz amor com outro
Assim como eu vim
Cê veio
Eu vou
Cê vê
E vai
Cê faz amor com outro
Assim como eu vim
Cê veio
Eu vou
Cê vê
E vai
sábado, 25 de maio de 2013
Sou um viajante
num lampejo,
uma outra cor
e um descampado
uma casa sem teto
e com nada à volta
eu não estou lá
terça-feira, 21 de maio de 2013
domingo, 19 de maio de 2013
segunda-feira, 13 de maio de 2013
domingo, 5 de maio de 2013
Eu sei
me queimo carinho entro dentro aqueço aquecido emito ondas de amor que te abraçam e protegem milhões de anos para trás e para frente tanto que te amo e te quero e te desejo sem fim no pensamento mais íntimo tudo que geme em mim fala sobre te amar e das coisas que aprendi com esse amor desenhado no tempo no espaço no corpo enfiado no fundo de mim mesmo sempre ressucitado e bem vindo vem quente te amando quentinho reluzindo diante de céus abertos num espelho sob a pata explosiva de um frevo alegria nos teus olhos conhecidos de cama eu sempre volto e voltarei e de dentro emito ondas de carinho e embriaguez que te alcançam em qualquer parte do globo che ga pela glândula pineal seu sexto sentido pra lá dos cheiros que sobraram em nós o medo de que tudo não dure ou ainda de que tudo continue assim maravilhoso e caloroso na nossa loucura de amor que não passa não cessa circula num caminho bonito de palavras seletas reprimidas sedutoras e eu de novo deitado sua cama seus olhos sua mão uma dança uma explosão de sentires um homem maduro vai entrar de novo pela porta por onde saiu me abraçando verde verdinho-hortelã e respirando vamos ponto por ponto tudo de novo indeléveis marcas emanando cheiros gostos calores e suspiros
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