domingo, 7 de dezembro de 2014

Coisifique

E essa trama frutífera da vida, lugar de escolha, que coisa mais patética, arranjada: por que eu? Não se pode o que se pensa, o pensar e o temor num encontro impossível, por que por que por que? Como não se perguntar sempre? Falsa instabilidade que me toma, tantas consciências, há mesmo lugar para o prazer? E o bem....? Bem... sou eu bondoso dessa forma nessa fôrma, nesse corpus, nesse jeito que é uma lança? Estamos mortos de vontade, impedidos, a trama longa, muitas vidas e interesses. Sem falar nas produções cinematográficas, na coisa cotidiana, na vida e no mais íntimo pensamento. Onde tudo isso se encontra? Que revolta juvenil.

Sei quem está aí.

Que desastre, quanto mais bem colocado, mais fodido e armado. Não dá para saber viver um fracasso como esse. Onde está a correção do gesto? Corroído gesto, as coisas trepam para não se perderem e eu estou perdendo agora a minha própria plenitude. Que medo! Não... que eu me deflagre, que eu me rasgue, que eu pare de acontecer! Que eu me pacifique. Sou o maior problema do mundo, sou meu maior problema, preciso ser fruta, figo, preciso definhar caindo da árvore na cabeça de um gênio. Preciso acontecer bem... do bem, na boa. Por que não? Se tudo pode, sou todo o possível, sou algo que de dentro vai para fora, atravessando o óbvio, sou a grande coisa que ninguém nota, sou trabalho silencioso. Sou pura perdição cultivando respeito pelas coisas... as coisas chamam! Que coisas estranhas me cercam. Me ajudem, coisas. Me ajudem.