sábado, 1 de dezembro de 2018

respiro diante de um espelho

o coração vai pra frente
o coração vai pra trás
mãos são conchas, mãos são flechas
mas isso não importa
o coração oSSScila

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Pensar com o coração me obriga a pensar (e confessar)

Numa bancada de jornal um jornalista. Num sofá uma noivinha. Embaixo do sofá vive um mendigo. O mendigo bebe a água do jornalista e fica bêbado. A noivinha bebe a cachaça do mendigo depois de consagrá-la. O jornalista que fala do PIB não sabe que o PIB destinado ao mendigo é um por cento de um por cento de um por cento de um por cento de um por cento de um por cento de um por cento de um por cento de um por cento mas também não sabe que o mendigo sabe que ele é um. O jornalista não sabe que é um mas pensa que é o único. A noivinha pensa que não é ninguém e tudo a assusta, pois são muitas pessoas na tela do jornal, que é uma tela de celular. A tela do celular incomoda o sono do mendigo. O mendigo alfineta a bunda da noivinha. A noivinha faz um boquete no jornalista. Cada notícia é a vida de alguém. Ela sofre com isso. Ela sonha com isso. Ela baila com isso. Que desespero. Quanto amor de Jesus. A noivinha se importa com todo mundo. O jornalista está de cuecas sob a mesa. O mendigo não é visto por ninguém, mas está na notícia. A noivinha tem pena dele quando o vê na TV, mas também nojo quando o vê ao vivo, e por isso o esconde embaixo do seu sofá. O mendigo coloca cachaça na bebida do jornalista. A noivinha salva o jornalista trocando o copo por um abençoado com água que ela roubou do mendigo que tinha roubado do jornalista. O celular TV não para de disparar notícias. O jornalista nunca para de trabalhar. A vida é tão cheia de acontecimento. A noivinha está entendiada. Tantas pessoas nas notícias mas nenhuma entra pela porta. Ela não sabe o que é commodity. O jornalista também não sabe mas sabe ler a palavra commodity. Ninguém viu no palco nenhuma commodity passar. O mendigo come milho cozido sem se importar se é ou não uma commodity. A noivinha aprende a mexer o pescoço e a dizer não. O jornalista aprende a cantar notícias e a chorar notícias. O mendigo faz xixi em cima do sofá. Nada importa, quando eles querem se sentir mais alegres. Precisam disso. Isso é uma dança do coração. Eles se dão conta de que o sofá está de frente para a bancada. A bancada do jornalista é um grande celular que a noivinha assiste enquanto o mendigo toma uma skolzinha embaixo do sofá ou embaixo da bancada. É uma dança falada. São palavras que vem do coração. São palavras que resistem a vir do coração. São palavras que estão explodindo o que vem do coração. É um grande coração. Se chama Jornal Nacional, ou Jornal Popular, e no final todxs querem mais. Pratos vazios batem nas paredes num canto fraco melodioso que diz: - eu quero mais e termina com taaaaaaaan taaaaaaaaaan do hino nacional.


É um ebó. É uma limpeza das imantações negativas do lado esquerdo do corpo.
É uma dança torcida que quer expurgar o horror como carranca. É um choro que canta e vice-versa.
É sobre não saber nada e por fim isso ser desdobrado até ser algo bonito e interessante para mim
(então sei que sei e que saber é diferente daquilo que se sabia).
É de uma coitadice… é de uma caipirice… é sertanejo… as pessoas não sabem,
mas a convenção do jornalismo é tão implicante.
Implica tanto! Ai! Só mesmo uma dança para expurgar a implicância da notícia.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Resistência

SUBSTANTIVO FEMININO.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Ser louco? Ou ser trabalhador?

E aí.

Claro           *           Escuro?

Pra sempre?

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

vida, LÍNGUA, ter um nome, quererte

E o que se foi
o que se perdeu
que perdeu o tempo
passou do tempo
perdeu a hora
perdeu o fluxo
precisa resgatar o fluxo,
mas não,
não te preocupa não! pára! PÁRAAAAAAAA DE SE PREOCUPARRRRRR pára pelo amor da deusa de tudo páááááááááááááraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

AI! Pára com isso!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Medroso


é o seguinte
ficou bloqueado sim
eu medo
a energia parecia que

que

não ia passar


mas ó. deixa que vai. foi indo, foi

FAZ. a largura vai se ajustar.... o mundo vai se ajustar... a coisa VAI caber. Ficatranqs








ó! separar, juntar, coisar funfarvai dartudocerto! LIBERA!!!! relaxa a pele embaixo da pele..... vai sendo. dança suave



e aceita............. e enfim.................... vamos lá

domingo, 5 de agosto de 2018

Yo lo sé

Yo sé
que me aborrezco y que te quiero sin fin en el pensamiento más íntimo todo lo que gime en mí habla de amarte y de amarte de las cosas que aprendí con ese amor dibujado en el tiempo en el espacio en el cuerpo en el fondo de mí mismo siempre resucitado y bienvenido viene caliente te amando calentito reluciendo ante cielos abiertos en un espejo bajo la pata explosiva de una danza alegría en tus ojos conocidos a la cama yo siempre vuelvo y volveré y de dentro emito olas de cariño y embriaguez que te alcanzan en cualquier parte del globo por la glándula pineal su sexto sentido allá de los olores que sobraron en nosotros el miedo de que todo no dure o aún de que todo siga tan maravilloso y caluroso en nuestra locura de amor que no pasa no cesa circula en un camino hermoso de palabras selectas reprimidas seductoras y yo de nuevo acostado en tu cama tus ojos la mano una danza una explosión de sentir a un hombre maduro va a entrar de nuevo por la puerta por donde salió abrazándome verde verdura-menta y respirando vamos punto por punto todo de nuevo indelebles marcas emanando olores gustos calores y suspiros

terça-feira, 10 de julho de 2018

Basta segurança

Os homin estão pedindo segurança, né? AI QUE MEDA têm razão. Tudo tem a ver com a meda da meda. Medinha... foda. Fodinha...

Então, please, segurança, peço tanto ao papai quanto ao presidente (mas e quanto aa mamãe e AA presidenta? Não me inspiram seguranza? Claro
que sim. Elas inventaram isso de estar seguro mas
a ideia foi roubada pelo SBT.)

É foda ser criado macho... machinho... aliás,  foda é tudo que sobra pra essa criação. Então........ fica carente de reduto, casa, cama, corpo, coisinha.... segurança. Esse fetiche com a segurança que, também, joder, têm razão... que lhes sobra? É preciso, talvez, que as crianças brinquem mais de arquitetura.... talvez isso funcione. Casinha.. brincar de casinha. É preciso brincar de casinha, construir casinhas.... dormir dentro das casinhas.... cozy cozy.... think about such little boys brincando de kzinha........


So cute and safe
assim pode ser que a gente pare com essa fissura de destruir o mundo a pirocadas

sexta-feira, 29 de junho de 2018

O xamã estava online

Digitando sua profecia

... (escrevendo)

Vejo que enchem os cântaros
e você tem sede
águas fluindo
em cachoeirinhas
e você tem sede

bochechas roçam o travesseiro
é de manhã
e água fervendo vai depois
ir pela guela
harmonizando os órgãos
mas o corpo
não tem guela
não tem órgãos

sinto felicidade
(diz o xamã)
mas você não se deixa (continua)
sorrir
sorrir

que difícil.

por que você não deixa
essa água, essa águia...
esse bicho
essa bicha

... $ER?

sábado, 9 de junho de 2018

Agora para tudo


Anos e anos e anos, mudanças e mudanças e mudanças, te ter e ver é sempre galacticamente necessário.
Lhe amo, meu catarro!
Escarre sempre comigo.

São Jorge, Abril, 2018.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

masturbação divina

masculina e feminina

terça-feira, 22 de maio de 2018

Trem bão que é viver

Serasseoceano é o universo pra dentro?
Serasse tem monstrão lá mesmo?
Serasse lava é o diário do planeta?

+q

layoutbb,bb

me jogava com as crianças na sala de aula pra gastar tudo

dias de cão

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Mais selvagem, mais profundo

como agradar aquela coisinha líndia que é mamãe, quebrada?
Fulano fala que o dia é todo dia
Ciclano já discorda e compartilha e da-lhe treta, mas tudo termina em eletrodoméstico
RA
Borinventar um mimo manufaturado, minina!


domingo, 22 de abril de 2018

Um quase modo

de não conseguir. Verdade. E daí, pois sim.

Nenhum formato. Nenhum.

O que é então? Não é

algo, não é. Pois é um modo, embora não seja só um modo... mas também NÃO É É uma forma de-.
É um quase modo, uma coisa-quase, só pode ser o... o movimento... do que é

que...

estamos falaNDO?

Do gerúndio mesmo. Desse ir... sem demagogia... desse seNDO. Desse movimento nessa viagem...
Vaguidão, que nada! Medo de 'quê' se tudo 'como'? Medo de ser? Se tudo sendo...? Medo de morrer, se tudo secaNDO, sempre, se tudo molhaNDO, sempre. Sempre o som navegando na Terra atravessando o destino de gente viva. O passado se mistura invisivelmente aos lugares da noite. Mistério. De repente estou sendo acordado por um vulto que no sonho vem andando. 4 e meia da manhã e o passado da Terra atravessa o meu quartinho. Quem, sendo eu, portanto venho a ser?

A pitangueira pitanga dando. As estradas sendo por baixo de rodas,
lá ficam,
se esburacando.

O meu (eu no) tempo passa. Passando..

.
.
...

Oi, amiga. Que céu lindo está este.... Um transporte desses me pegou aqui 10 anos atrás e eu agora descendo dele outra vez: desembarcando: vejo. Vejo-vendo este céu que está... guerreiros de espada na mão. O instante

em seu curso

profecia e saudade. .. em pleno acontecimento quente. Presente.

segunda-feira, 5 de março de 2018

Tri

surrado pela superfície
o barro respira e mira

arco após arco
a mente se ilumina

busca pisando leve no chão e
recebe da mão das profundezas a doce oração

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

A verdade do contato

Que é maior do que o misterioso sonho de ser eu um dia maior do que eu do que meu próprio sonho e não ser meu solo propósito. Ai que horror ser sempre o plano plano. Se eu me lembrasse que o contato é o que existe no rumo do movimento eu seria eu para além do eu sem ter que ser o sonho sem ter que ser além de onde se dá o contato ou mesmo que sendo além de um contato não seria sufocado por um além pois no contato está a plataforma despropositada de ser além do eu, contato que é beleza e verdade portanto a verdade do contato como convite a uma rede de deliciosas ficções para além além além de toda angústia de tentar ser além apenas sendo a partir do contato sem querer ser sem ele como quem se projeta ao projeto sem contato sem plataforma alguma, a verdade de ser pleno no nu cru do contato em movimento sendo assim toda a possibilidade que um dia se possa sonhar mas sem que o sonho nos oprima nos iluda nos envolva numa nuvem sem tato sem afecto sem movimento ou brincadeira com tanta certeza que cega, sem contato que é como se enforcasse ou aquilo que é anti-vivo ou apenas esquisito sem ser estranho. Quero o contato, o atrito o agora em movimento acenando para os seres invisíveis de muitos outros tempos, mas agora e em movimento. Uma verdade, simples, movente, que arda, que renove, que multiplicize as obsessões para que, embora não me abandonem, já que vivo eu, pelo menos se diversifiquem se multimaterializem... Vamos lá vamos lá... Um sexo quente, o mundo, a carne, e a total demolição das certezas para que surja: uma verdade

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

ainda não perdi o medo da chuva

vida de quebra, sol rachando, um sonhão de praia, várias alucinações,
se não assim, como?
vida de quebra, sol rachando, um sonhão de praia, várias alucinações.
quebracheprailucine

ma bari

acho e continuo achando que sei sem mesmo saber, vem um troço na quina esquerda da costela, acham que é estômago e sei que é coração

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Ídolos

Jah, na minha cabeça, é mais bonito que Deus. Zeus tem o corpo dourado e Rah passa lápis de olho. Tupã é um indio guerreiro no céu, enorme e pesado como uma nuvem de chuva (ou Eva Vilma em A Indomada). Anjos sao seres peladinhos e brincantes. Nunca têm ereção. O olimpo é um teatro de arena cheio de frutas para comer. Quem lava aquilo tudo? Mágica. São Pedro trabalha num balcão, que nem o Beto zelador do meu prédio. Madre Tereza usa o veu que vi na sessão da tarde. Nunca troca. Che Guevara tem cara de camiseta. Reinaldo Gianechini sorri contra o câncer. Roberto Carlos não tem mesmo uma perna? Qual cerveja por fim toma o Zeca Pagodinho? Alá é um homem sério de barba reta com um chicote. Buda é um jovem no deserto, deitado numa pedra como travesseiro, na maior leseira. Na minha cabeça... nao consigo evitar. Nefertiti, Aristóteles, Nostradamus... naves, sandálias de couro, pé na terra... a TV misturada com o desejo e um certo senso de realidade. Personagens históricos colados às personalidades de minhas tias. A geografia de uma casa onde morou Jesus... é a casa da avenida Getulino, onde morei aos 10. Misturo na minha cabeça... encenações, estrelas irradiando imagens sem profundidade, letreiros publicitários de uma cidade pessoal. Um mundo pessoal em que Andrea Beltrão e sua babá moram juntas num apartamento no edifício Master. Quem colou as imagens com cola tão absurda...? Colar, pegar, correr, coger un bus. Meus textos são tão confusos, mas a lógica é a cola. O que posso fazer se na minha cabeça uma coisa literalmente leva à outra, como o carro à vó Inês da Salete? Anjo, Neymar... por aí vai. Vai vai, aquela escola de samba... ficou infame? O que fazer? Não pensar? Penseira... Harry, saudades... porraloquice. Texto iletrado. Eu tão inteligente. Medo de ficar pobre. Medo: maior dos temas. Minha cabeça, minha cabeça premiada... onde acabar? Fluxo... cortar o texto e continuar na vida. Lá vou eu. Consigo? Cartas, raízes... talvez Cartas e galhos, folhas, flores e frutos. Como o grande cajueiro de Natal... incrível... que imagem... que imagens......

Tudo perdido de novo

depois da trama jubilosa vem sempre a sacanagem, a gota d'água é o espaço aberto para que qualquer coisa aconteça: tchá! Uma gota, oceano. Coitado do mirrado humano que sou. Viver passagem sofrida vez em quando. Dor é não conseguir derreter e fluir, fácil não é. Seguir... soltar o peso no chão, mover os olhos, namorar o detalhe, encarar a narrativa que se desdobra desdobrando. Nada a se fazer. Estar para nada, viver para nada, dançar PARA NADA