segunda-feira, 22 de abril de 2024

Onde está a água?

No reino onde a água se atreve a comportar-se mal, existe uma dança contra os constrangimentos da sua própria natureza. Flui com a audácia de questionar os limites do seu ser, recusando as expectativas estabelecidas pela terra e pelo céu. Neste grande desconhecido, cada gota vira viajante, uma pequena rebelde traçando caminhos no meio de vastas incertezas. Para compreender este desejo líquido de viajar, é preciso entender o enigma de saber onde se está abraçando onde se esteve. A água navega pelo labirinto do mundo e também é navegada, guiada por forças invisíveis. Encarna a contradição poética da liberdade, um lembrete de que, mesmo no caos, existe uma harmonia sutil, uma dança poderosa entre o destino e a escolha.


segunda-feira, 25 de março de 2024

Minha pele surtou

Quando vejo minhas unhas já fizeram o ofício desgraçado de me pelar.

De onde vem toda essa cafubira? Parece vir de todos os lados, criando um turbilhão de poros fervorosos. Por fora, por dentro. Às vezes parece que nada é capaz de superar o desespero, a troca é eminente. Mais para serpente do que loba, até porque os joelhos já desistiram.

Sabichosos indicam falta de alguma coisa, como se a existência não superasse o próprio existir. E amanhã acordo cedo para mais boletos.

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

4ever Mimimi

– Ahhhhhh mas eu não quero, eu não quero.

É a gente esperneando com a mamãe-vida, em pleno piso porcelanato do shopping.

Ela vai assistir nossa birra, ameaçar dar ou até, de fato, dar uma surra quando chegar em casa (se for mais antiquada), depois vai mandar tomar banho e receber a gente com a toalha sequinha na saída do box.

Passou.

– Obrigado, mamãe. Agora, promete que nunca mais vamos ao shopping?
– Não.