terça-feira, 31 de julho de 2012

Eleos kai phobos

- Belo!

É claro.
Posto que o outro faz (e pensa) coisas que não faço.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Somos teus pais

Que estranho era eu: quem? Era eu quem me desgraçava e você era um futuro sem forma ou certeza. Hoje nós travamos diálogos no roçar das costas, passando nas portas antes de dormir, a cosmicidade da nossa relação é sinistra e misteriosa. Meu filho. Meu. Sei do teu curioso desprezo. Quem somos nós e pra quê? Aqueles que te pensaram e acudiram pra que tu fosses um bossau.

Ça valait la peine ou As famílias

As famílias humanas são como as famílias de ratinhos. Todos iguais, todos diferentes. Ninguém lembra que existem bilhões pelo mundo, mais até do que gente. Mais até do que famílias. Blé. As famílias: o que são? Às vezes observo como fiquei mais corajoso que minha mãe em tão pouco tempo. De vez em quando, quando cruzamos os olhos, percebo muito brevemente que hoje meu olhar a aflige. E se por um lado quando a atacam, meus olhos parecem provocar-lhe medo, também por outro às vezes tenho a impressão de que o resultado deste encontro de quatro velhos amigos me oferece um fitar tão certeiro que sempre arrisquei poder ser tomado por algo como um ódio. As famílias simplesmente desconsideram o mundo (lá fora). É como se não houvesse poder paralelo. Penso que às vezes, mesmo muitos anos longe de casa, o poder da família parece ser renovado em áreas distintas: sempre que vencidas, renovam-se. Cheguei num estágio em que nem mais me interessa saber a quantas anda a criteriologia familiar pra determinado assunto, mas de algum modo mesmo o desinteresse acaba me ocorrendo como uma reflexão por si só, ou seja, estamos de volta ao poder renovável. Com os ratinhos também, a família nunca deixa de ser um peso. Até porque embora pensemos pouco neles, sabemos que estão em muito maior número e dispõem de um espaço útil (digo, em que sejam bem vindos) significantemente menor do que o das famílias humanas, que ocupam a parte onde vê-se sol. Sol, inclusive, é algo muito familiar. A família também, não menos que isso, pode ser comparada a um Sol em si: poderosa, centralizadora e mística. A família é um ser em si. Quanto aos ratinhos (vê? Já nos cansamos deles), bem, as famílias humanas os desprezam. Nós os matamos: envenenados, esmagados, degolados. Pobres ratinhos. Mas tudo bem, é quando pensa a família: pelo menos servirá de exemplo pros filhos.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Acho que estou sentindo uma coisa

uma liberdade ascendente