domingo, 19 de janeiro de 2014

O que diz o desejo inclinado sobre o prato de comida

EU: um boy magro com a blusa desabotoada, descalço e com frio, uso roupas de dormir da minha mãe canceriana e levo em cima um olharzin de peixin morto.
Sou uma maçã mordida e enferrujada.
Sou abelhinhas zumbindo sobre o lixo orgânico e sobre o seco mal criado.
Sou eu na passarela escura de Brasília, ele diz: perdeu, e sai correndo com meu celular.
Estou aqui! Todos morreram e eu fiquei com o violão no quarto de fazenda sob a luz incandescente.
Sou euzinho, pobre de mim, deitado na sala vendo Jornal Nacional e ouvindo a esteira ergométrica com cala bocas sem fim.
Sou euzito, molestado, cuspido, manco e solavanco, reprovado e deportado, subjugado e rejeitado, coitadito coitadito diririto diririto.
Euzinho debruçado sobre a sopa, sem saber porque comer, quero cama pré-uterina. Estou peleco, estou perplexo. Sonho com o céu, pobrezinho, estou ficando amarelado, é uma griiiipeeee fatal!!! É uma gripe vitaaaaaaaaal!!!

sábado, 4 de janeiro de 2014

Nostaljipe

todas as imagens existem. tudo está existido já, já muito existidozaço. Chega desse existencialismo, esse existencialismozão totalzão essa coisona cheia de coisas existino-ino-ino. que tantão de cooooiisa, chega coça na gente, a coisa tão grande que é. Pensei o seguinte, ficar lá em casa, existindo, claro, junto com meus tesouros existentes, obviamente, todos existindo em sua totalidade micro-clara, micro-evidente, sendo por vezes suficientes e: na tentativa de esquecermos a totalidade oposta, o que nos não-compreende, o que nos excede, o resto, quem sabe nos agrademos um bocado. existiremos pleníssimos ali mesmo, super-totais igualmente, com tudo que tem direito: efeito, quiprococagem, exacerbação, briga, pudim de queijo e do que quiser, tudo cabe lá, em mim, volutas e volutas, concheados, segredos, sussurros e berros. existências pequenininhas, bem menores que as menores que conhecemos, sempre menores e menores e aumentando

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A volta para a superfície é desesperadora

It´s like you´ve been bashed, but forget the birds flying around it, imagine fishes all over your head. Birds aren´t there when you have no wings, like me, now you only have  gills. Then, sink. Taste the salty penetrating your flesh, your weak red flesh. Understand the wounds and the pain, really fell them. Let it in. Dive. There´s nothing there but you, the cells are eating themselves. Fell the negative, the positive, be thankful.
Hard to breath so too see ahead.
Don´t go to the surface, you´re not dying, just felling something interesting about the anatomy of your heart. Twig this new, touch it, don´t be too hungry, you just need liquid now, no bittings. Your blood belong to this wilderness, accept it and breath this black reality, you´ll see everything soon, just forget it. The ocean is all around and you too.  The flame is still there, licking your skin, letting you cold and warm enough, making fun of your closed eyes and fears.
Open it, open, open, open. Now can you see it?
Everything is gone, you just have/need me. Fell this tender on your fingertips. Push yourself to the deep, an armful will help. Forget your sleepy afternoons. Stare me and come. Follow me. I´ll pleasure you. Be all the beauties that you dreamed, pee, take a hot piss and keep swimming. Be yourself at home, cuz actually this is your new home.