sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

joelhos e dentes amassados

se a gente não soubesse que seria tão estranho, nóis nem ia pulá.

liga essa luz, vamo se ver
assim tremendo
na loucura extrema e saber absoluto

me abraça

me caça

me lava
me falha

dias que você foi embora

e eu não consigo seguir sem você, minha leoa.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

sabe subir na vida má não sabe sambá

já sei o que sô
um dadaísmo virginiano lisérgico
doidinha creizinha de amô
peita amores de verão
sabe que porra nenhuma foi em vão
não dá pra ver, mas tem cicatrizes nos peitcho
já tive altas vezes que tirar o batedô só pra engolir de novo
queima que é o diabo
ah é
o diabo!
baiano tem deus no peito e o diabo no quadril
escutei isso numa música
que chega gritei
um delírio agridoce
fiquei cas duas mãe lá
não quero só voltar
quero ficá
vortá pra visitá
e que deus abençoe nossos estômagos!
ano novo
novatin da bunda branca
vai tê marca de dente
na babilônia
vou te desfrutá!

Detalhes desgraçados

Eu não sei lidar com a saudade, quero vomitar, pular do prédio, dar bombinha na piscina.

Sou canceriana demais pra ter esse tipo de maturidade, quero tudo e quero já, na pressa angustiante desse tempo que voa.

Me cuida, me abraça, vamos nos beijar.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Contra a tristeza, um nadaverismo consciente

Confesso que

e...

não há como saber, portanto não sei.

E, ora,

que irresponsável eu, se não o sei. Quantos anos eu, deste modo eu, com meu nome, meu trajeto, vou levando de um menino louka a um adolescente tolinha e cheio de floreios a um jovem egocêntrico e problemático, amargado, magoado e inseguro.

E agora.

Agora talvez eu, já outro eu, esteja tendo uma chance, uma pequena chance que devagar e sem nenhuma garantia se descortina, de o saber. Saber isso, exatamente isto, sem deixar o tal do hermetismo de lado, mas o sabendo. Saber sabendo sem a necessidade de uma confissão do que se sabe, confessando somente que se sabe, como ato criador.

E então...

Eu, el salvador, esse eu-bosta que me descobre e eu o descubro, ob-ligado na trama sentimental que emenda a alma de um ser a outro dando sentido(s), rumos às coisas, vou sendo um novo eu. Ou melhor, vou vendo rumos nas coisas. É lindo. O vidente quer certa cegueira, eu também. Quero um olhar que desmascare a importância de uma narrativa do EU para abrir o cenário a TODO o destino. "O que pode ser melhor do que uma boa dose de destino?". Bicha louca: O que pode ser melhor do que se saber num todo-imenso? Pronto uai! Ajuntar, agregar, somar, render, multiplicar, multiplicizar, festejar, alegrar. Eis a missão do nós-aqui.

E se

o olho celebra o destino, o corpo todo baila. Festa é hábito espiritual. Não deixemos de festejar a vida. Frase simples: Não deixemos de festejar a vida.

E assim...

Quando caminhar é dar saltos, o coração acelera. Confesso que não sei caminhar. Obviamente, pois sou mais um dos milhões de jovens prepotentes. Por isso, preciso contribuir para que nossa ignorância se dilua. Digo diluir pois se trata de diluir mesmo, em água. Estou sendo claro? Busco o interesse - desejo, tesão - por "comunicar o sabor da minha vida". Quero, em tudo que viva neste trajeto que por aqui traça-passa, ser um narrador. Narrar é espalhar o sabor gostoso de viver. Otherwise, what else? Não vou desistir de ser claro, não vou desistir de ser simples e tocar, não desistirei de me transformar e morrer, não desistirei de ter e de perder. Calemos a boca, deixemos o silêncio. Deixemos as palavras acontecerem como sedução. É uma tentativa, mas urgente, portanto se não há tentativa não haverá perdão. Uma boa dose de destino inclui também as dores cabíveis a um desistente. Creio nisso. Creio em "deuses nos objetos". Creio em "extensão", ocasião, intuição e "virtu poética" da mesma forma que a maestria do corpo, do arco e da flecha jogam juntos. Tchá! É preciso precisar. Precisão. "Leveza, rapidez, exatidão, visibilidade, multiplicidade... consistência". Para onde não importa senão que seguir e dançar. Movimento é linguagem. Vida é alegria e borbulhando venceremos. Vibrar, moléculas molecas. Não vou mais aceitar (frases simples) essa tristeza acovardada!

E lá vou eu...

É uma tentativa (falo isso porque ainda sou covarde). Parei com essa tristeza acovardada. Qual é o ritmo do passo? Quero dançar... 1, 2, 7, vira, desce, rola, sobe, salta, 7, 2, 1! Não desista, vai M., vai, P., vamos, A., G., vamos vocês três!!! Não desistam!!! Vamos vamos!!! Nós somos os últimos seres vivos nesse kilômetro quadrado, podem levantar AGORA e tratarem de se mexer!!! Vamos lá... 1, 21, 7

... e assim por diante.

Nós continuaremos sendo vida por aqui.


Pós-face:
Obrigado. Vale a pena. Sinto muito. God bless us all and Itself. Explodir, incendiar, abalar, bruxulear, arrepiar, fazer suar, adormecer e sonhar! Tchüss!