terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Merda, o que mais?

Caga-se a merda sob o bolo, a merda ocorre no intestino, a merda povoa o sexo. A merda compõe beijos, babados, em vez de batom: merda. Conte com a merda agregando valor. Merde-se. A merda é inaudível, indizível, secredosa, discreta. A merda de um sai do cu do outro, fodam-se as merdas alheias, maldita benedita merda que escorre líquida no meu rosto. Minha merda é minha, vou limpá-la, vou lamber a merda do papel toalha, vou me tornar um pedaço de merda. Banalizarei a merda. Serei pró-merda. Serei feliz.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

GENTEEEEEEEEEE

cachorros loucos objetos com dentes
uma porrada<->pedagógica
raiva: de que? é preciso saber o que é o medo, mas antes: o que é covardia? o Q se evita? e por *Q*? 

por -----> QUE <----- font="">loucura tanta num movimento nunca(can,can,can) justificável. TUDIM só se passa no interior dos afetos?

o homem que beija o homemcarne de fogo. falos são espadinhas. deita, rola, pé na cabeça, cabeça no peito. entra. línguas estranhas. divinas. falam no céu. eu te amo meu amorzinho. saudades: libidinosas --.... 1,2,3,4,5,6,7-8*9!!!9!!!!9!!! punhetassssxxxx

formas dos corpos. formas, formas. pelos sexos se unem. microrregiões cerebrais informais, NÃO SÃO sériasssssssssssss: a coisa está acontecendo no peito, na púbis. a pancada DÓI      o gelo desenflama. ANSIEDADEEEEEEOAOAOAOAOAOAOA!!!!!!!!!!!!!!!!! 


tudo irá explodir    






ok

ok

ok?????

okokok
ok sim


tá tá


ok!!! ei ei ei ei ei ei yey


sábado, 16 de novembro de 2013

Outubro

já tinha amanhecido quando fomos dormir, olhei pra janela e o sol já me incomodava. você já tinha dormido, olhei pra sua boca semi-aberta. figura doce e calma, daria um belo quadro.
leve movimento labial pra respirar melhor, e pensei na sorte de estar ali, não deu vontade de ir embora. fiquei percebendo seu corpo, como ele se encostava em mim, na dramática poça fria de suor que se estacionava na minha pele cada vez que você se mexia. 
tão medroso e inofensivo, como aquela tensão na superfície da água que exige toda a delicadeza do mundo pra ser percebida. a linha tênue desses dois mundos, da gente, nossa casa.

de repente me percebi imobilizada, como se não fosse possível nem respirar, ventou frio pela janela e um arrepio sutil subiu pelos seus ombros, pensei em te acordar e dizer que eu sabia que ia fazer frio.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Aguinha

Larguei tudo pra trás, dei dois beijinhos, um em cada pedrinha santa. O amor não dá errado, desço as escadas cantando.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Vida de planta

a inteligência inventou o poema que foi lido sessenta vezes seguidas e enviado por carta azul virtual com opção de depois de lida ser tida como não lida e vice-versa. a inteligência moscou a mosca e nada entende nada porque tudo ficou enorme. se é de um corguin que precisa, pra que recortar na revista a foto do mar da bahia, coisa tão lonja. desamparadinhos, o amor deixou de existir, mudou de nome na cabeça dos inteligentes, a vida é muito maior do que ele e todo mundo tem medo de ir parar no xadrez do outro. oooo, santa merda cagada filosofada informatizada. o problema é o vazio? esvazie-se dele! fica correndo atrás do futuro, urrando o urro do burro, quantas lições do tipo estamos aprendendo. o chuveiro queimou, não foi? o banho frio foi um suplício, perdeu a chave, dormiu na rua, comeu o diabo que o pão amassou. cê lá vi, meu ami, e vi de dentro, bolorento que nem disse minha vó, que não sabe de nada, nem quer saber. estamos demasiadamente acordados, dormem as pedras, as plantas e as poltronas. só nós na vigília! eu não estou cansado, saiba, mas sou sentimental, aquático experimentando, estou com pena do apelo que eu faço para que passem na minha janela e me chamem pra dançar, na vida, dançar na vida, dançar, dançar e dançar na vida

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Tô de pijama

Tá rolando uma greve em alguns sistemas nervosos na redondeza, o fim de semana foi BEM conturbado. A falta de serviço, isso e isso foi realmente profundo. Foi meio absoluto. Foi de um tudo. Estou compreendendo, diga, diga, diga. Sei. Olha, quanto a isso, estou um pouco afetado, mas logo estarei aquilo outro, estarei pronto, estarei certo, daí ok, tudo estará. Bem, aguarde um pouco, isso faz sentido... mesmo! Que bom, estamos nos entendendo. Sim... sim... ah! Hahahahaha! Sim-sim! Gente, quanta revelação... a vida é mesmo um útero, né? Quecoisamaisquentinha. Gostei de saber, estou sabendo tudo, 'tánto'. Tomara que não me esqueça... Vou anotar! A greve em alguns setores dos nervosos centros está gerando um afeto contemporâneo, uma certa febre, uma vontade de viajar! Daí que todos os setores estão sendo todos muito influenciados e as pessoas viajam cada vez mais... Elas gostam de conselhos corajosos: please, se te agrada, olvide, oublié! Faça do esquecimento a tua bandeira, não acumule, solte, solte, solte, abandone-se! Eu não 'penso' muito assim, sinto penas variadas de tanta pujança investida em vaidades. Mas, o.k., sentir é sentir e cada um senta onde quer. Depois, bem depoizinho da farra da obliteração saberás e discutirás, e crescerás! Fé! Tenha fé, não esqueça disso. Não, disso você se lembre! (E Ñ minta!) Pare de mentir, e... BEM, TEM ALGUMA COISA LÁ ATRÁS DAS COSTAS QUE TALVEZ SEJAM COMO ALÇAS, rola de agarrar-se nelas para o caso de querer virar-se do avesso. Virando-se, vire, veja o revés, será um tanto quanto outro lado, e desse lado há uma seta que aponta para a retomada dos serviços, o fim do embargo, um comunicando-se com o outro, escutam-se maravilhosamente bem, já não há greves de surdos, FIQUEI LOUCA! A ema gemeu, a cuca ferveu, o futuro chegou, triunfo de amor é noite bem dormida, cerveja gelada e orelha lambida, inseticida, Maria Aparecida, muito obrigado pela acolhida.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Sonhando com piscinas

Pelas brechas do pensamento escapam pontes super extensas, enormes partos mentais. A imagem de tudo é tábua larga/densa, tudo é coisa que dura ou continua---
- Deus!!! Que prisão nascer num mundo de tantas medidas!

Por um instante perdi o lugar da ardência.

- O que me dói?
- Nada.
- O que me espera?
- Nada.
- Até onde vou?
- Não há.
- Mas e se...?
- Então
encontro-me em plena observação e vigilância do medo, sentado em mental poltrona. Ai, que medinho. Ai, que meda! Medo nativo de um mundo medido. O medo tá na ponta da ponte esperando que eu o encontre nunca-lá! Ó! Se a veneta nunca me serviu de agrado, tampouco perderei o barco porque esqueci de imaginar o remo.
- Ôô, vovozinha Vicentina. Quanta erudição tola em apenas duas gerações. Perdoe minha mãe e seus três mamíferos por tanta sucata emocional em língua pensada.
Isso tudo pra quê? Pra que eu pulasse da ponte que eu mesmo imaginei tão larga e madeirosa, de cima pra lugar nenhum. Quem mereceria meu sofrimento? Por quem ver e ter tantas lágrimas? Por sem-quem-não-viveria. Com tanta ponte, basta a vista. Mantenhamos o silêncio da paisagem, desdificultemos a paisagem, reduzamos o trajeto e: respiremos rebolando.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Infinito paisaje

Que largoyoscuro. Ay, ai, ai, ay ai. Um senso de contaminacao, todo o mundo é um desamparo por dentro do sentido das coisas no tempo, ou seja, eu estou com medo! Que frio é o futuro, vítima do pensamento, eu improviso alegria e zuuunn ya no la veo, estoy sordo bajo el agua. Tudo tem a ver comigo e algumas compreensoes, e voce, o que acha? Nao achei nada. Estar perdido é um encontro com a condicao de eternidade, alocal, anatal, amorfa, a pobre. Eu estou maior que a própria capacidade da vida de me aumentar incondicionalmente. Eu estou simples. Eu estou presente, abundantemente irritado, monstruoso e feliz. Eu estou zeloso de mim, estou esperto e compreensivo. Estou temeroso, farto de temer, estou infantilizando-me mientras um tempo que avanca. Estou absurdamente feliz, delirante, desconcertado pela emocao da coisa viva e pulsante. Estou entendendo, estou ascendendo e lentamente parando num determinado lugar, mais ou menos ali, onde ficarei um pouco parado até que me mova. Fui claro? Estou inspirado. Tente mais uma vez, tente outra pessoa, tente um outro idioma, tente infinitamente até a paisagem infinita volverse casa e a casa volverse infinita y usted mismo volverse uma pedrinha roxa ametista. Bonitinha, bonitinha, ai, ay, ay, que bonitinha. Vou meditar e tomar cerveja, perder energia pros espíritos sugadores: ajudá-los! Escutem a minha risada! Estoy xegándo! Yupi, Lupi, Lupi! Jájájá y hahaha, quanta coisa boa na vida, na rua e no sonho de quem ama. Sou romantico, sou de uma cultura do romance, do amor, da loucura e da vontade de explodir. Aném e amém.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Cuecas

Meu pai não fala a palavra cueca. Acha feia, deselegante. Diz shortinhos. E eu? Eu que às vezes nem uso cueca, olho pra ele suspenso de ar na loucura burlesca de ser isso-estranho que é ser filho de algo-alguém. O pobre ser tão único. Curioso e mágico. Vida de planta é um profundo mistério.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Semente cósmica amarela

Um banho começa pela cabeça do nobre. A água promove uma pequena dança de curas. Canta-se, ali mesmo, no reduto quadriculado, um mantra de apelos despegajosos: seja, seja, seja! Eu viajo então na espiral simplificada das antigas complexidades até uma respiração em tubo, do sexo à boca! Fui. Semente cósmica amarela, ano do pós-sertão, beleza viva. Raio atravessador, eu conversador, setas do amor, ex-orbitantes. Tcha! Tchum! Rios do baixo ventre. Degêlo. Viva carne minha, creio nela, sou daqui, andante sobre algo em que se paira, Sou Sebastião, dormi na árvore embriagado. Tenho fé: em tudo que sinto e esparramo.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Eu era uma mulher

a coisa quando pega fogo é de vez em quando
a matéria vai se transformando em movimentos cada vez mais elaborados de reciprocidade
cósmicos e cosméticos perdidos na balada convoluta da pós-eternidade
e a matéria vomitando sobre a matéria coisas muitas e prateadas
energia se me escapa e vai pra um outro:
bolo de fubá mimoso

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Palavra

Durinha, ritima em benefício dessa prosa, fazendo o favor, que fluxa e curva seja! Deixa de ser esquisita e surpreende e rende. Eu mesmo vou cantando a coisa sentida. Então, fedorenta, não intenta na testa do indomável, um tiro de bagaço de laranja, canta a coisa e dança, som mais som mais som mais som... musiquinha. Palavra na terra, se cai, fulmina! Deeeeeeeeeeeeeeeixelalá!!!! DËXA! Suspira e volta a dar volta, cantigando e amando. Vibra do peito serenamente interior-exterior (o movimento) e mexe a língua lambida que lambe. É simples, madama! Vemcácolin. Imitão! Decrépito/credo! Oráculo: vermelhinho voltará a sambar na avenida daqui a alguns dias... Aproveitem pra falar `as vontades (######)

terça-feira, 16 de julho de 2013

Me sequestraram

Ei, a luz tá acesa? Tão se esfolando pra ver a cor do sangue um do outro. Manchei os cotovelos com o meu e sua cor. Todo o mundo pode ver. Não carece mais de rasgo.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Pode crer

que sim

domingo, 14 de julho de 2013

Estou acontecendo

O meu paradigma é uma onda num mar distante. Oceano partindo. Partido, partido. Vou ao sabor de vento e de loucura - de navegantes... Eu sou um deles! É... Era eu um destemido? O que destemia?? Ganhei a palavra desamparo de presente de viagem, eu... Vou viajar! Sou a força motriz do meu despedaçamento. Só vale fazer o que sinto ou a onda não gera nado, !só afoga! Despreparos do amor. Desconhecidos-caminhos-óbvios-habitados-por-uma-guerra-sutil. Mil devaneios. Tragédia e devastação. Flechas, flechas, flechas! Que luta! Eu na marcha não tenho escolha, se não i-rindo do desespero que a morte empenha como mensagem. Eu no deserto, longe de oceano qualquer, me reconstruo pedaço a pedaço. Tudo que é querida seca. Eis um procedimento onírico. Degêlo de oceano: em mim. (Me inundo). Eita! Fraqueza... Que lindo de ser, eu. Vou adiante, marcha até a porta da rua das putas, todas alheias ao meu sofrimento. Meu pensamento ATACA O MUNDO. Já venci toda a causa, vocêmver. ----> Alguém está ME VENDO AQUI!!?

sábado, 6 de julho de 2013

Mercurium

abre página de novo, coisa tuda. vem, que o que vier será o novo jeito de ser! nem dito está o bendito, quanto mais quem o maldiga! eu estou pronto. para a finda e para a bem vinda. se isso virar aquilo, aquilo será o novo isto. eu sei ser... tudo bem! mas se isso puder ser isto sem passar pelo desisto...


ai!


...eu juro QUÊÊU

sábado, 15 de junho de 2013

múltiplas explicações complicando o implícito

eu longe de ti este desespero despreparado de uma coisa que é tudo. Perco para qualquer coisa, tendo eu pouquíssimos poderes. A cabeça de gemer tanto se espreme / nem isso nem aquilo pode ser caminho, sendo que também não beijo o beijo que te beija. Ai. A dor alerta para o mecanismo e me desfaço, não sendo nada. Reprimo quase tudo, antecipando o não é. Aspirante, palpitante, emocionado. Reformulo, respiro e transpareço. Esqueço, pois que aí me lembro e muitas vezes sou. Nessa hora se esvaem imagens, calores, torpores e encho-me de desejo, já que tiro das costas o peso que não carrego.  Posso ser, descer, tudo. Tudinho que nada por isso pode se manifestar não sendo. O patético futuro que almeja um estado não o é, estou sempre enganado. Sou um equívoco. E desejo, desejo. Sou defesa que ninguém pediu nem havia de. Vou degelando, tudo é ir. Só-só-só. Para o quando que bom nunca e sempre / Leminskiano, frívolo, sedento e principiante, cheio de amor-fato-fardo-flor. Amo sem piscar. Piscaria eu na pescaria nossa eterna e linda? Eu fico aqui desencoisando cada coisa pré e parado. Minha paração me prepara para tudo. O que virá não desvirá nem desvira. Eu ino, ino, ino em frente para todos os lados. Sem qualquer coisa, só um pulso que quer lá.lá.lá.lá. Ama, beija, rola e ri. Ha ha ha ha ha. Quem for entrando está conosco, mesmo trem. Nunca para e vai sendo, sem cuidado com a mensagem. Coragem de sim vai gerando minha gravidez contraditória a ponto de: quê? Onde? Como? ? Susususussspiro... vai vai vaivai vai meu xuxuxuxuxu. Respira. E nóis é nóis, querendo ou nem importa. / Eu: aqui. Eu: aqui. Eu: aqui. / Pequeninito e atirante. Nunca nada sem dúvida, eu de céu, alegria e vários poros abertos para o círculo que me supercede.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

IV

Dentro importa quem escute?
Sai algo que não se pressente
O que há dentro, em mente?
O que se nota
afetado,

o que não desenrola

com toda a experiência,
todo o fado, o enfado
o desvendamento, as belezas
baixias e elevadas

O que fica e agarra?
Que bata na porta
espalhe porra, leite, mel
E falte água

O que é saudade
Senão sorte estranha de descoberta
Com toda a graça
duvidosa, nebulosa e lamacenta

Que não queima, nem arrasa
Não destrói, mas só fermenta
lenta,
lenta-lenta: lenta

domingo, 26 de maio de 2013

Janela aberta, vento

Cê faz amor comigo
Cê faz amor com outro
Assim como eu vim
Cê veio
Eu vou
Cê vê
E vai

sábado, 25 de maio de 2013

Sou um viajante


num lampejo,
uma outra cor
e um descampado
uma casa sem teto
e com nada à volta

eu não estou lá

terça-feira, 21 de maio de 2013

Amar sempre

como alguém que sai de casa consciente da morte

dasein

domingo, 19 de maio de 2013

Não há livre arbítrio

Dó-ré-mi-fá-sol-lá

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Meu amor, as fotos sumiram

acordei e tudo estava branco

domingo, 5 de maio de 2013

Eu sei

me queimo carinho entro dentro aqueço aquecido emito ondas de amor que te abraçam e protegem milhões de anos para trás e para frente tanto que te amo e te quero e te desejo sem fim no pensamento mais íntimo tudo que geme em mim fala sobre te amar e das coisas que aprendi com esse amor desenhado no tempo no espaço no corpo enfiado no fundo de mim mesmo sempre ressucitado e bem vindo vem quente te amando quentinho reluzindo diante de céus abertos num espelho sob a pata explosiva de um frevo alegria nos teus olhos conhecidos de cama eu sempre volto e voltarei e de dentro emito ondas de carinho e embriaguez que te alcançam em qualquer parte do globo che ga pela glândula pineal seu sexto sentido pra lá dos cheiros que sobraram em nós o medo de que tudo não dure ou ainda de que tudo continue assim maravilhoso e caloroso na nossa loucura de amor que não passa não cessa circula num caminho bonito de palavras seletas reprimidas sedutoras e eu de novo deitado sua cama seus olhos sua mão uma dança uma explosão de sentires um homem maduro vai entrar de novo pela porta por onde saiu me abraçando verde verdinho-hortelã e respirando vamos ponto por ponto tudo de novo indeléveis marcas emanando cheiros gostos calores e suspiros

domingo, 21 de abril de 2013

Menos aumentado

Deus está só respirando.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Uma respiradinha mais leve

Subi na cadeira correeeeeeendo, apartados os objetos. Nada poderia me impedir de puxar o ar um pouco mais forte. É preciso! O mundo tem uma capacidade, um mecanismo... um certo comportamento que se deixa entrever de vez em quando, meio ladino, no meio da frase, do olho do desconhecido, no meio da pólvora pipocada do dia a dia: bum! Um sentido desperto, é o parto do delírio. É uma verdade que de tudo rouba a ilusão. Cai sinuoso o voal sobre o palco, tudo é brega, breguíssimo... e lá vêm vinte, trinta, quarenta anos de planos pra planejar, cada dia consome um dia, na compania do medo, na compania do ar. E enquanto isso, nesse segundo, nesse milésimo que tudo antecede: quanta desonra ao futuro. Quanta falta de fé. De repente, numa respiradinha despretensiosa: tanta verdade! Tanta revelação sobre o tudo e suas partes, tantas leis detectadas. Quando me tocam ou quando toco as pessoas, ouço coisas. Vejo. Estou em contato com a matéria explosiva inicial de cada um. E sei absolutamente tudo. E eu vejo serpenteando entre as pessoas um fluxo mal construído, atravessando a soleira e o matagal, como há milênios. E tenho pena... e balbucio respostas mentais. Ajudinhas... o mundo vai deixando seus vícios de costas em costas e é esse movimento que nos calhou de ir vivendo... Mais nada? (outro pensamento triste) Crise! Crise com a palavra, crise com D! Crise de propósito.... ---> ambíííííííguo! Ninguém me entende mais, buááááá. Por que me movo? - Pra ouvir uma música cubana? - A lo mejor pra ficar desperto e ter emoções, - para amar, amar, amar... meus perenes. Tudo coube numa inspiração aeróbica tradicional. Dilatadas costelas de realismo bruto, embrutecedor. Pra onde vou? Hei de ir? Olha a grama, olha a chama, olha eu aqui feito cinco centavos. Apenas um pulso. Um pulso dissipando energia na roda do mundo, mundão, bundão. Respirando, respirando e me movendo animalesco, feito tartaruga piscando. Tipo um tipo que não pensa nada e que nada vê, de tanto que vê e de tanto que pensa, pensa e pesa*

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Barco inundado

Meio dia, sol forte, trabalho.

Depois de uma conversa de 13 minutos escolhi o desemprego.

Tive o impulso que precisava e vim, remei, mas não quero parar agora. Não feliz, não satisfeita e não em paz, chorei, mas a vida me acudiu. De novo procurando algo que tire meu coração de mim, que divida um pouco desse peso, não dá pra sentar e ficar o dia todo no ar condicionado feito pedra. Preciso pular desse barquinho e beber desse sal, sentir algum gosto.

Quero ver aqueles dias mais bonitos que já vimos, quem sabe até um café da manhã com suco de laranja. Logo visitarei Brasília.


Já sei o que não quero e esse será meu recomeço.

sábado, 30 de março de 2013

Sobre continuar remando, Jéssica!

Diabo de c. O pescoço tá doendo, mas foi uma noitada de vida rica, não foi? Tá na fossa? Eu tô amarrado, cheio de muleta antiga, transbordando de ideias, peixes, peixes, peixes nos sonhos, peixinhos esquecíveis, maravilhosos peixinhos decodificados. Vem não! Eu deduzo! Nâo tô aguentando a farra, "- um corpo novo!!!", eu brado louco furioso: corpo!!!!!! Virgem santo, sem adestramento, sem cidade de nascimento. Veio me dizer do meu mercúrio em leão, agressivo, poliglota, pretensiosamente denso, cheio de luxo, uma labareda interiorana, tecido de trama maternal, afetos luxuriosos. Ah! Linguinha marciana, que nunca se cala, que queima dentro da cabeça. Vá à feira, ame conscientemente! Coma bem, junte dinheiro e depois me conte coisa nova, vá à puta que pariu com meus trânsitos astrológicos e traga novos! A minha lua é ser o que ele é e júpiter faz quadratura com meu aluguel!

Mas ainda assim, me diga que vai abrí-los... Os olhos!!! Os olhos...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Soube parar de remar

Problemas diários, rotina, cóleras.

Entardecer, água, crianças.

Meninas e meninos enfiando o dedo nos olhos pra sarar a dor, zumbis mastigando-vivo, salário.

Carnaval, boquete, cerveja.

É uma graça, não passa de graça/desgraça essas 24 horas de cada dia.

A vida recomeça, todos vão embora, aparecem um pouco e eu continuo aqui.

Sem fazer nada bonito, sem conseguir te escrever, lupe, me veste tua lupa par'eu ver maior.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Sobre parar de remar

Quando começa é um nó desatando devagar. Eu diria que a pressa é um engano e que nunca se está seguro num naufrágio, muito pelo contrário. Se está sempre assustadoramente sozinho e as coisas podem (poderosas, que são) sempre piorar. É o jeito das coisas, o cheiro das coisas, a vontade da vida triunfando sobre o que é pouco e frágil. Ora, eu mesmo sou pouco e frágil, tenho pouca carne e muito ímpeto. Estou sozinho nesse naufrágio anunciado que me seduz e me renova. Ninguém preconizou tal mergulho sem futuro, olhei tanto para o céu, tenho escutado a voz de tantas divindades, mas nada, nenhuma magia pode dizer algo tão completo como a seta que atravessa de um olho ao outro, pulso ante pulso. Eu me assentei de novo na velha metáfora da casa velha, eu de volta a ela, incessantemente, vestido de vã sabedoria. O tempo, a alegria e muitos partos me-acompanham-luz-do-dia. Voltei a falar sozinho. Melhor: não me calo quando penso. Ser só. Ser feio, ser um futuro em gênese. Tantas esperanças habitando um descampado. Preguiça e rede balançando, um banzo de amor ruído... meu coração em retirada, que dúvidas! Que zelos! Que pudores esquecidos, pra trás nos pelos. Amparados pela mão desejosa, um cadáver repousa sobre o outro, como se dormissem. Estão à espera de algo que os anime, um plano de fuga, que arda e acenda ou que se tornem decrépitos, mas juntos. Nos sonhos, se veem. Se falam em silêncio. O passado chegou de uma vez a esses dias que demoram passar na minha vida. Olha só! Tenho vida, uma história e muitos apertos. Vou carregando uma cabeça sobre a minha, decapitada. Nas costas amarro o resto do corpo e depois o ponho de repouso. Uma pietà! Ah! As confluências, as maldições e as pirraças são todas majestosas bruxarias. Vem, vem, sono, vem. Vou escrever um solilóquio, um monólogo ou um hai kai pra exorcizar um sentimento que me é tão familiar quanto remoto. Voltei a ele mais calado, mais velho mesmo, como a tal casa e os ciclos, portanto, veteranos em flagrante numa inspeçãozinha que executo com o tempo começando a sobrar. Fico escoado, num canto, uma aguinha, um caco, um bebê. Um nobre descolunado.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Albertinho Caeirinho

    Pouco me importa.
    Pouco me importa o quê? Não sei: pouco me importa. foda-se!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Uma gota precipita

o céu abaixou com a chegada de grandes nuvens. Uma certeza ainda (e sempre) se mantem intacta dentro de mim, uma frágil certeza atrelada aos porquês arriscando ataques. Uma certeza esquiva, fecunda, ávida e vigorosa. O movimento do lago não é o abalo da vida de um homem. É só o movimento de um lago, um inseto que incomoda, um capim sem-fim que se espalha, revolta, queima, renasce. Tudo parado num fluxo. Nenhum abalo, dor ou comiseração, nada a ver com os homens, os cadáveres apodrecendo, as muitas e muitas centenas de manuais de família. Uma alegria sem pulso desata: sem origem, sem tempo. Alegria sem coração, razão, sangue e que autoriza o dia e as luzes do dia, lar de muitas danças, quantas. Quanta alegria num mundo enlutado, negro e tão atento ao mistério da dor. (Eu carregando uma certeza inflada e competente). O céu vai passeando em seu movimento autônomo. Nós de carona.