sábado, 28 de março de 2009

Pálido-rubro

O efeito é sempre doloroso.
Dormir encostado nesses postes de luz baixa, felicidade que se insinua, querer descansar dessa vida de poucos bons fôlegos na memória, uma ingratidão tão nossa. Meus dias.

Estou sem gosto. Um insípido fugaz. Cultivo os hábitos mortos de ouvir um samba e beber um pôr-do-sol com novos amigos cor-de-nada, perco a afeição pelo lápis, volto aos velhos questionamentos desse ser eternamente um ponto no eixo entre um passado amadíssimo e o sonho doce no há-de-vir.

E a face estranha diz que é de amor e peito aberto que vou conseguir dobrar os dias e fazer desse oco, terra fértil.

O tempo surpreende os passos e devagar os raios renascem cá dentro, sinfonia que começa com a flauta.

É por isso tudo que sigo: dia novo, cores novas, olhos e um sorriso de moça.
Deliciosos clichês e o efeito de sempre.

domingo, 22 de março de 2009

Raízes

As formas das nuvens formam esqueletos guerreiros de espadas na mão.
O sol agora vira bolha e não deixa meus demônios dormirem, a luta que se trava estala gravetos e mergulha em meus porões. Uma guerra, um farol, minha alma.

Minhas casas, ao longe, e a solenidade de minhas idas e vindas me fazem e refazem em versos de mim.
É nesse leve balanço dos tremores de estrada, em busca do amanhã, que saboreio as saudades de um futuro meu, se abrindo em leque.

Apesar de tudo, estou no centro de um destino de fábulas.
Apesar de tudo, sou mar.

As ondas quebram em cor, enquanto outras vêm pra recompor seus hiatos.

Thais e eu.