domingo, 30 de novembro de 2014

Nove

O nono vem, firme, seguindo o número 8; que vem depois do sétimo; que só poderia ter vindo depois de um sexto, substituto esse de um quinto que, igualmente, sucumbiu, como na sua ascenção havia feito o de número 4. O terceiro foi a causa deste último, que, num golpe, se desfez do que possuía, tendo ainda o segundo (sempre) em vista. Também em vista está (sempre) o primeiro, primeirinho. Uma promessa, quase um zero. Que não é nada, que está sempre, que grita sempre de lá-longe e que aqui se escuta, sempre, que ele está morto de tanto estar aqui, de ser o primeiro no nono do zero ao zero, fechando o círculo do que não corresponde a nada; só mesmo ao que o zero, que abre o jogo, não sendo nada, falhou em ser. A ilusão causada por um zero (dor imensurável, dor que sugere busca, uma dor que nasceu do nada, um abalo, uma saudade do nada. Uma vontade de zero, digamos) é o que me move.

domingo, 16 de novembro de 2014

Amém procês tamém

Agora que isso aconteceu, conosco e com cada um de nós, estou em dúvida.

Qual é o entendimento disso? Para o quê esse entre servirá, na hora de entrar? Como isso se modifica? Como aguentar por mais tempo? Como observá-lo de longe, de perto? De que modo um novo olhar? Como atravessá-lo, sem sair daqui?

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

terezinha e seus dois filhos

Com amor, Terezinha fez dois sábios. Cresceram e viveram o que lhes fazia bem. O que não lhes aprazia, faziam -RÚM! (com garganta e uma sobrancelha) e amém. Num instante descartavam um alimento, um brinquedo antigo, um livro a ser lido, um panfleto do ano dois mil e pouco, um bilhetinho, o que fosse. Descartavam. Um casamento, um elogio, uma colher de açúcar excedente, um beijo a mais pra casar, um sul-venir! Obrigado. Azedos, m a s  f e l i z e s. Com muito amor, criou Terezinha dois grandes egos, dois pilares, dois autoevidentes. Felizes foram. Um caminho, se não iam por ali, simplesmente não iam, por lá melhor, não que vá por ser melhor, mas porque fui, melhor foi. Assim é. Não havia ali se ali não houvessem e assim por diante, vice-versa, sem muita conversa, porque não cabia. Cresceram gordões e sorridentes, eram cabeças imensas, apaixonantes, seres redundantes, umas humanidades. Mas nada de desconcerto, dúvida, receio, ou vacilo, não. Não havia tempo, havia sim decisão segundo o desejo, e desejo segundo o pensamento e o ar que o ronda, e assim, descartar: moving on, moving on, moving on. Eis que um dia, obra da tradição, já não eram e eram nada. Assim foram. E daí. Expressivos, se moveram, vieram, viraram e viveram, não eram nada, antes de o serem: nada igualmente. E daí. Me comovo ao pensar neles, porque me apertam o peito, também pouco os identifico, se sim ou se não, se os aprovo bem, se foram bons homens. Que penso deles? Pencil. Não sei. Penso que talvez faltaram diálogos e chameguinhos, talvez devessem ter dançado um forrozinho. Talvez fossem paulistas urbanoides, ou goianienses urbanoides, ou anapolinos urbanoides, ou apenas pequenos debi-loides sem muito coração. Quão indiferente sou a essa história. Quiçá a catalepsia e acordassem encalacrados em seus caixões, já transferidos para lá-onde-não-se-pode-ser-mais-nada e se desesperassem um pouquinho -hehe- com tanto pouco o que fazer. Fezes! Fizeram as vezes e quem são eles? Seres humanos diferentes de nós. Que sorte a nossa, não?

Sou profissional, mas não perca seu tempo comigo

Então, queridinh@s, aqui na minha coluna, estou voltando a falar sobre as coisas aprazíveis (como o fato, corriqueiro, pero orgasmático, de estralá-la). Estou atento às coisas vivas e as que dessas coisas fulguram coisas que vivem e cheguei a esta imagem de uma janela perdida na imensidão do universo. E o que não está perdido na imensidão do universo, não é mesmo, sr. Presidente. Como estás elegante, pensei em brincarmos de dividir... hoje. Ah! Me lembrei do tempo em que reinava o silêncio, que vida tão diferente era aquela, não se falava de monografias nem monogamias, mas agora estão querendo implantar os dentes dos outros na minha boca! Não! Não, não não, não senhor! Não vou deixar não não. Eu estou curtindo aqui o meu orgasmo, mas calma lá, a educação pra mim é um carinho que se mantenho com este outro aqui com quem eu... enfim, sei bem que não estou só nessa voluta movimentada da vida e não sou nenhum paulista. Estou matutando tando tanto nessa individualidade qu'estou achando muito complicado estar
no meio
de uma coisa
, sendo uma coisa num lugar em que estão outras coisas tão convictas de si mesmas e de como fazer isto que estamos fazendo. ISTO-QUÊ?, sr. Secretário? Ora, isto-vida, sr. Presidente. O que mais além d-isto?

Está difícil pra mim levar isto a cabo, senhor. Tenho dificuldades em tarefas como: - identificar; - discernir; - decidir; - respirar. O que me falta, senhor? Certa tranquilidade, senhor. Faltam-lhe gases mais pobres. Menos gases até, senhor. O senhor parece acumulado.


AAAAAAAAAAAAI! Quanta baboseira para pouco cabelo! Por que marcosfelicianos estou virevendo estas bes-tei-ras sem tamanho? Esta bo-ba-gem sem bagagem imagem vantagem selvagem etc etc etc... eu não quero mais ser gente!!!

Não sou livre? LOGIN: ******

Qual liberdade esta. Não posso sequer mudar de planeta. Não há vantagem em ser infinito.

Ah! Señor! Quanto umbiguismo. Veja a situação de seu pai, de sua mãe... pra você vir com essas questões fato-umbiguistas, reveja, porfa, a dimensão e a higiene do seu umbigo, meu amigo. O mundo é após-Calypso e acelerou acelerou: quem irá reinventá-lo? O passatempo é desenvolver desculpas que vêm com uma carinha de animal exótico, cada vez mais elaboradas. Ganha quem espalhar mais desculpas da melhor maneira (e mais divertida) possível. kkkkkkkkkk ISTO! ... isso é uma ideia, senhor! Isso parece bom. Isso nos redimirá. Isso mudará tudo aquilo (lá). Seremos reis disso. Disso nunca se ouviu falar. E lá estaremos, onde nem mesmo esperávamos. Confesso que temia isso, mas agora isso posto, não me amedronta mais.

Faltou algo a ser dito sobre tudo isso? Digamos que sim. Que não-nego-que-não. Mas encaremo-lo (isto) como uma conditio sine qua nonSem a qual não estaríamos.......

aqui.

desta forma ---- por assim dizer ---- nesta situação ---- tal que, diria

goiana, humana, digamos, irreversivelmente como a escova.

Progressiva, senhor?

Sim, senhor. Exatamente esta. Esta escovinha sim, me dar um jeito no meu pelo e ir-me embora, porque estou me sentindo feioso e isso me fecha as portas para a vida. Entende?


Demais.