segunda-feira, 23 de abril de 2012

Des(ex)istência

Ouvidos abertos, amargo é quem ouve.
No fundo, meu bem, busque uma voz. Acertiva. Do fundo, um algo perdido, um respeito. Saque dali um tesouro, uma pérola e dê-me. Dê-me sorrindo, suave. Eu não te tratarei como um súdito ou como um bobo. Abraço apertado pelo gosto em revê-lo. Te darei. Que sou bom. Eu sou bom. Tu: louco. Eu fico dentro, eu permaneço. Fico, porque nos olhos: lá estou, no fundo, neste fundo. Ali falo, é onde tenho voz, donde olho: sou seus próprios olhos. A nossa intimidade sob poeira velha nos engasga. Eu te vejo, !, e engasgo.

Rio (perdido). (Choro) saudade. (Penso) (besteira).

E não há nada ali.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

é sim

é tanta coisa, tanta distância, tanto pêlo de gato.
merda deveria virar dinheiro, não o contrário.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Viver não vai ser fácil

Antes que tarde, tudo virou água.
Seca, esplêndida seca.
A vida eterna é aqui.
Os dias só semeiam dias,
frutos que encherão o universo.
Nossas almas ecoarão no além-som,
(além da experiência do som.)
Viver não vai ser fácil, eu te disse.

Viver as horas, oras: horas!