sábado, 27 de junho de 2009

E eu dos meus

Raizes, meus dias tem sido de rins, médicos e noites mal dormidas.

É estranho, a vida ciano-branca de hospital, nossos parentes entubando sonhos e descobrindo que são frágeis e se amam. Meu pai arrancou um rim e abriu os olhos: a vida corre depressa. Fumar é um risco necessário ou um luxo amigo? Acho que só nós sabemos errar.

Passei anos relendo dores e sorrisos bêbados e ainda nem cheguei aos vinte, tenho medo. Estou conhecendo a impossibilidade do abraço e uma vida de medidas mal pagas na qual muitos me engessaram.

Estou vivendo a tristeza de não entrar na bolha porque não sei o que pensariam de mim. Talvez me chamariam de filho ingrato depois de duzentos anos de sim, senhor. Quero a paz dos fracos, mas me sinto cada vez mais livre para correr no vento, uma guerra de minutos.

Quero vê-la nos risos exalados desse nosso novo Rancho.
Nossas férias serão no mar. Amar.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

meu amor, vim te falar dos meus dias

ei, raiz! hoje uma dorzinha me ocorreu, saudade. o começo das amizades, das paixões e dos vestibulares. está tendo um evento aqui "bolha cultural" e eu fui com a ana paula (uma antiga amiga), leandro, isa, betinho e jéssica. tinha uma menina lá que nos lembrou a priscila namô do lobosque. fiquei pensando..."gente! que vontade de diminuir dois anos pra voltar aos começos" quando o pau brasil era bem bacana, éramos juntos demais, ninguém tinha grana pra entrar e a gente fazia alegria do lado de fora, passando frio e cigarros. todo mundo ficava de boa mas sempre um bebia demais e esse ser quase sempre era o lobosque e a gente sempre tinha que leva-lo pra casa mas as vezes o leo levava (uma vez ele me disse que vomitou no carro dele), ah! o lobosque ficava me pedindo por favor pra ter um filho com o leo só pra ver o que ia virar
"nossa thais, vai ser muito bom, imagino ele pequeninho loiro com o cabelo todo bagunçado e sendo meio bobo da cabeça! e eu vou ser o padrinho dele, por favor thais, por favor!"
eu ficava achando ruim ele ter que voltar de taxi, e aí eu acabei de lembrar de outra história, a gente tava no alkimia e o lucas ligou pro mototaxi, quando o cara chegou eu estava pra lá de bagdá e fiquei falando pra ele não levar o lú pro mato e estupra-lo e por aí vai...
alkimia, que dor de lembrar de lá. o nosso reveion não deu certo, queríamos tanto que fosse lá né, baby. me deu infecção alimentar passei mal, muuuito mal durante três longuíssimos dias. você e a nalú tiraram uma foto me imaginando no meio, achei tão cute :)
hoje mudamos de caras e bares, pierre é o nosso lar e ir lá sem você e nosso pessoal é desconfortável.
vamos nos fazer feliz nessas férias,
sinto (muito)

domingo, 21 de junho de 2009

Fisgadas

Quero amar alguém.

Sinto isso o tempo todo, a cada raio fino e laranja de sol. Sinto. Quero alguém que me abrace em curvas, deitado no sofá da sala, a luz da TV é um pretexto, o chão silencia a delicadeza dos calcanhares, a toalha não toca, acaricia.

Quero alguém que me arranque os ombros, que distorça meus sonhos num grito lento, que beije meus olhos. Quero alguém com uma saia que voe, em mil cores. Que o sopro em sua pele seja o meu arrepio, que um rio de saudade rasgue nossas horas de sono.

Quero amar. Um café que desça bem rápido e um cigarro que faça sentido.

sábado, 13 de junho de 2009

café e seus euros

um dia irmos embora mas por favor, por favor! não agora.
te dou todas as minhas lágrimas se quiser, vou escutar aquela música que me faz chorar e sentir finalmente o amor que há nessa cidade das luzes.

meus juramentos em 10x

Eu não consigo desviar os pulsos, eu sou uma manteiga derretida que não tem muita coragem. se eu pudesse abortar meu coração, ele ficaria quentinho e febril aqui dentro, sempre.
Sinto as formas do que eu sonho por uma ilusão modelada em fumaça que me seduz e encanta minha razão (acho que é isso que me faz sobreviver).
fraca, manteiga derretida, do tipo que curte uma dorzinha. nas costas, na canela, tórax. ah, vamos escutar uma música boa, gastar tempo em coisas belas, esquecer dessa chatice, finalmente fingir que não sentiremos falta. esquecer e começar o novo!

ontem:
minha mãe: hoje é dia dos namorados e você está em casa olhando pra minha cara, e riu...

será? acho melhor começar a juntar uma grana.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Para a Europa com Lispector

, e então será como nos sonhos mais altos. Você fumando embalada num cachecol-arco-íris, a vida em preto-e-branco, óculos escuros à sombra da torre Eiffel. Tomaremos vinho em alguma rua tortuosa da Itália, um luxo desnecessário, um romancinho desfarçado.

Riremos dos neo-zelandeses passeando pela praça onde os Beatles cantaram, piadas incompreendidas. Tiraremos fotos de orkut e de gaveta, e pra pôr em murais eternos guardados no peito. Seremos felizes pobretões lavando pratos e pagando parcelas infindáveis de passagens de avião.
Seremos.

E quando chegarmos ao êxtase do soprar do vento que tanto nos leva de sede, saberemos que ainda há muito por onde andar, e nos perceberemos inchados e tortos de tanto amar e viver. Apertarei as mãos e direi o seguinte:

domingo, 7 de junho de 2009

Assim.

Sabe, Raiz. Nós somos felizes. Amamos gestos e vivemos amando, noite após noite e após dia. Sangramos dores em letras, somos pseudo-poetas, dos mais verdadeiros possíveis. Vivemos esquadrinhados por cores bonitas, admirando balanços de árvores, fins de tarde costurando um pôr-do sol.

Somos jovenzinhos amáveis, vestidos por ilusões bonitinhas. Sonhamos alto. Você pinta quadros suaves que coloco sobre minha cama, eu lhe desejo boa noite, você sorri dentro do meu peito.

Somos leves. Nos encaixamos em abraços e primaveras nascentes.

Tenho achado viver tão bonito. Hoje.
Hoje, não morre.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

alkimia

aquele dia foi tão bom, aquele lugar era tão bom. eu me lembro, era o comecinho da nossa primavera, né, baby?! numa fúria incostante eu rabisquei seu nome nos braços da nossa poesia. e aqui estamos, sobrando distância e mastigando chiclé de menta nessas entrelinhas.
ah, recebi o cachecol. meu cheiro ainda está aí?
agora você vai trabalhar de homenzinho,
e eu vou te esperar de sainha, cigarro e batom vermelho
beijitos
raiz.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Uns ais

São tão curtos estes dias de quase inverno. Nós somos um vão de vontades indizíveis, a força dos sonhos que são sabor só pelo fato de dizê-los.

Uma música dessas de alegrar o peito, meio linger, que não se cansa de repetir nunca, vai costurando ponto-a-ponto uma história de passos mal vistos, mas que sou eu, um querer tanto ser algo que vou sendo sem saber. Umas saudades estranhas, tão piedosas, vão se encrustando na pele, essa memória que repousa nos móveis da casa, um pó de sempre.

Raiz, descobri que vivo mesmo de sentir, o tempo todo. Sugando cores e inventando paixões. Me lembro de você gritando em sorrisos esplêndidos, quero tanto me emocionar, riscar uns braços em fotos escuras.


Eu sei que quando me sentei aqui me deu uma vontade de chorar...