quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Este ainda não escrevi

Estreito é meu rio, por onde navego, meu rio magro, meu desejo mais profundo.

Estranho é meu rio, meu pedaço de nunca-mar. Nado por ele todos os dias e a vida me consome nele como se algo no fundo pudesse ser maior do que sua majestosa extensão. Não há nada no fundo, descobrirei mais tarde, não há nada lá. Esse rio é só a envergadura dos seus dois braços. Esse rio que corre por si só dentro das minhas veias, fora das minhas garras, esse rio está estragando toda a minha vastidão,

ele secou meus inteiros, assoreou.