quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

ainda não perdi o medo da chuva

vida de quebra, sol rachando, um sonhão de praia, várias alucinações,
se não assim, como?
vida de quebra, sol rachando, um sonhão de praia, várias alucinações.
quebracheprailucine

ma bari

acho e continuo achando que sei sem mesmo saber, vem um troço na quina esquerda da costela, acham que é estômago e sei que é coração

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Ídolos

Jah, na minha cabeça, é mais bonito que Deus. Zeus tem o corpo dourado e Rah passa lápis de olho. Tupã é um indio guerreiro no céu, enorme e pesado como uma nuvem de chuva (ou Eva Vilma em A Indomada). Anjos sao seres peladinhos e brincantes. Nunca têm ereção. O olimpo é um teatro de arena cheio de frutas para comer. Quem lava aquilo tudo? Mágica. São Pedro trabalha num balcão, que nem o Beto zelador do meu prédio. Madre Tereza usa o veu que vi na sessão da tarde. Nunca troca. Che Guevara tem cara de camiseta. Reinaldo Gianechini sorri contra o câncer. Roberto Carlos não tem mesmo uma perna? Qual cerveja por fim toma o Zeca Pagodinho? Alá é um homem sério de barba reta com um chicote. Buda é um jovem no deserto, deitado numa pedra como travesseiro, na maior leseira. Na minha cabeça... nao consigo evitar. Nefertiti, Aristóteles, Nostradamus... naves, sandálias de couro, pé na terra... a TV misturada com o desejo e um certo senso de realidade. Personagens históricos colados às personalidades de minhas tias. A geografia de uma casa onde morou Jesus... é a casa da avenida Getulino, onde morei aos 10. Misturo na minha cabeça... encenações, estrelas irradiando imagens sem profundidade, letreiros publicitários de uma cidade pessoal. Um mundo pessoal em que Andrea Beltrão e sua babá moram juntas num apartamento no edifício Master. Quem colou as imagens com cola tão absurda...? Colar, pegar, correr, coger un bus. Meus textos são tão confusos, mas a lógica é a cola. O que posso fazer se na minha cabeça uma coisa literalmente leva à outra, como o carro à vó Inês da Salete? Anjo, Neymar... por aí vai. Vai vai, aquela escola de samba... ficou infame? O que fazer? Não pensar? Penseira... Harry, saudades... porraloquice. Texto iletrado. Eu tão inteligente. Medo de ficar pobre. Medo: maior dos temas. Minha cabeça, minha cabeça premiada... onde acabar? Fluxo... cortar o texto e continuar na vida. Lá vou eu. Consigo? Cartas, raízes... talvez Cartas e galhos, folhas, flores e frutos. Como o grande cajueiro de Natal... incrível... que imagem... que imagens......

Tudo perdido de novo

depois da trama jubilosa vem sempre a sacanagem, a gota d'água é o espaço aberto para que qualquer coisa aconteça: tchá! Uma gota, oceano. Coitado do mirrado humano que sou. Viver passagem sofrida vez em quando. Dor é não conseguir derreter e fluir, fácil não é. Seguir... soltar o peso no chão, mover os olhos, namorar o detalhe, encarar a narrativa que se desdobra desdobrando. Nada a se fazer. Estar para nada, viver para nada, dançar PARA NADA