domingo, 20 de outubro de 2024

A esperança natimorta

Eu fiz uma solicitação, neste silêncio retumbante, para que o clichê seja simplesmente verdadeiro, e ela não morra. Seja mesmo a última, a última. Sabe por que? Não me conformo que a agonia seja uma constante. Ao mesmo tempo, ficou old fashion e infantil botar a culpa no sistema... Agora vamos precisar de mais do que isso. Eu assumo que estou um pouco enlouquecido, às vezes, mas sempre tem um jeitinho novo de ver deus... Depende muito de como anda o intestino.

Nossa! Não dá nem pra dizer que é uma questão de saudade, no meu caso, apesar da saudade que é tanta, mas eu não poderia dizer que era melhor ou pior antes, eu simplesmente não mudei... "O tempo é irrealizável". Eu me sinto agracadiado, e no mesmo minuto parece que o cérebro não é capaz de não fritar no meio de tanta pornografia. Como a poesia está toda explícita, a sedução exige mais (muito mais) empenho. Eu tento, juro, então eu reitero e dou fé nessa solicitação... Porra, não tem problema, é pela via burocrática mesmo: eu vou me organizar aqui direitinho, todo o protocolo, para restaurar a esperança, ela tem que viver. Trata-se de um afeto positivo em relação ao futuro, aquilo que ainda não aconteceu na viagem. Na viagem... Ou seja, é como dizer "Tonight is gonna be a good night, I got a feeling"... Kkkkk que momentos bons! Esperança esperança esperança! Até o fim além do fim! Eu aceito... Amanhã é um novo dia! A lágrima escorrerá no rosto perplexo da atriz, cuja personagem se desgraçou no momento em que apostou todas as fichas no seu sonho mais mirabolante de ser, finalmente, amada. Tudo ruiu. Mas ela chora, é tão bonito, lindíssimo! E eu me emociono: esperança!

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Raiz à minha carta

 Lupe, amore, essa semana me bateu forte o carinho por este blog. Escrever desnudada protegida pela tela dá um terecutê. Escolher aqui para te contar me acolhe quente, mesmo me deliciando em solidão, não a vejo quando digito, volto para nossa adolescência fireworks, melancólica e fumacenta. 

Muitos anos, né?! Já somos quase crianças novamente.


segunda-feira, 30 de setembro de 2024

gripada na segunda

como poderemos ser entre tantos termos e títulos entre nós? 

além disso, a chatice de existir num tempo que nem existe. 

eu chata, tu chatas, ele chato.

que insuportável a importância de interagir, tipo um sanduíche natural com bacon.

quanto menos quero, mais viro eu.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

É tudo tão ridículo, mais mas...

Saí pra rua pra gastar dinheiro, subi, desci, pechinchei, interagi. 

Na ida um incêndio cabuloso na esquina e na volta neblina de fumaça. Viajando na desgraça magnífica de ser humana, que tristeza sermos tão burros, que tristeza sermos TÃO burros, rezo pra natureza.

(imagina os indígenas botando pra fudê em tudo, quebrando nosso pau branco, AIK delícia)

Subi o morro pra ver de mais pertinho o pôr. A pelúcia fofinha do amarelo virando rosa levemente texturizada pelas nuvens. Esfrego a língua no céu da boca continuamente enquanto um tucano dá rasante na minha cabeça.

Que incrível ver isso enchendo o cú de açaí pra suportar 39º no cerrado.


quinta-feira, 27 de junho de 2024

É tudo tão ridículo, mas...

Essa mensagem chegou a cavalo.

Eu me lembro de ouvir o galope. Eu era magro, ainda. E tudo andava rápido, eu estava emocionado. Tudo doía, como hoje, mas de um jeito diferente, pois parecia passageiro.

Agora que a mensagem chegou, eu a vejo estampada em todos os lugares. O restaurante self-service, com essa cara horrorosa de meio dia, é um dos piores lugares. Por uma razão gástrica, óbvia, aquela máxima "tudo vira bosta" não me sai da cabeça, quando estou em um. E aí a tal mensagem se reforça em outras: todo lugar tem gente, e toda essa gente usa sapato, blusinha, make, todo mundo comendo e cagando, comendo e cagando... É de uma banalidade enlouquecedora... mas... 

Talvez por isso, sim (e então), a arte. Porque, olha só, vou lhe dizer uma coisa, eis a mensagem: ISSO TUDO QUE ESTÁ AÍ É TUDO UMA GRAN-DIS-SIS-SI-MA BOBAGEM!!!