segunda-feira, 5 de maio de 2014

Dancinha

os loucos estão cagando fora das privadas, nadando e trocando lógica com outros animais e coisas. Os loucos estão por aí: afora. Enfeitando-se de coisas que dizem coisas sobre si e sobre as coisas. Porque estão falando, falantes que estão sendo, sempre no gerúndio, o tempo dos loucos. Os loucos estão cagando fora das privadas, cagando no sentido, na para-ideia e estão menos frustrados. Estão desinternando-se, embora estejam internados entre paredes nas quais lombram, lombram e lombram até serem muito maiores que qualquer coisa que se materializou nelas. Estão afora da delimitação pouco instigante dos que não cabem na palavra loucura e que seguem, seguem, seguem em vagarosa loucura para dentro do umbigo, explodindo para ninguém ver. Os loucos não são escravos do sexo, como os sóbrios. Nem do dinheiro, nem dessa ilusão de eternidade, como os sóbrios. Nem do futuro, nem da virtualidade do tempo, como os sóbrios. Estão apenas nisto, como tudo isso está: coisa que nem tudo que a pena zestá. Quem são os loucos? Um grupo? Um movimento? Um estado? Eu quero! Eu quero! Eu quero, porfaaa! Quero eles na presidência da república e na redação dO Globo, quero eles pintando as fachadas das casas na cidade onde vou vivo. Quero extra-vazamento do mundo humano cultivado no interior do humano como se fosse virtude guardá-lo para evitar anulá-lo. Os loucos constroem de onde têm para onde não têm, sem cancelar a si mesmos o tempo todo, por isso pode ser que cancelem uma vida de alguém sóbrio e sejam assim considerados loucos demais para essa vida de tantos procedimentos sãos. Aff! Louco é quê que não? Onde está o que você sente? Colou na parede ou contou para alguém? Faça algo, faça algo! Estou enlouquecendo... não se entristeça. Enlouqueça!! Comece pelo discurso e dance até o limite. O louco por vezes neutraliza-se e sabe ser como um árvore ou um... silêncio. Tu-do-tão-ho-nes-to. Eu-nãosou-assim.