quinta-feira, 2 de junho de 2011
Meu bem
Conheço você, que essas mensagens vêm da alma, pelos canais do interstício desse mundo. Vêm cheiros, vêm as surras que mamãe lhe dava, chorãozinho, seu bebê. Quando é de nos encararmos nos olhos, comendo feiúra um do outro, leio toda essa agonia disfarçada. Eita leitura. Fiz pouco caso do nosso estudo adiantado, pensei ter feito trabalho de aluno misturado. Era não. Nem sabia que aprendi, fiquei bobo. Misturei besteirinha de bom gosto do capeta na nossa pureza, vendi a alma pro cão. Cãozinho. Conheço você, dengo. Essas mensagens vêm esmiuçadas no segredinho do mundo, rodapé da feira diária. Ninguém nota, mas tá lá. O que vamos vivendo tem jeito de não parecer nada, mas vai ver pra ver: tem coisa. Sente que aperta esse disritmado e entende que os sentires são todos de bom grado. Assenta paz nesse peito jovem, tem novidade que vem pra queimar, tem novidade que é só jogo de dormir abraçado e falar nadinha que o valha. Foi que nem fiz na vez que veio antes e deixou marca, vai ser assim também quando o futuro abrir página. Conheço você, hortelã, coisinha. Ai! E foi por causa de estar perto. Foi passando, escorrendo pelo silêncio significado, vê se não é coisa que prova nossa esperteza? Coisa boa. Gostei de você demais.