Dentro importa quem escute?
Sai algo que não se pressente
O que há dentro, em mente?
O que se nota
afetado,
o que não desenrola
com toda a experiência,
todo o fado, o enfado
o desvendamento, as belezas
baixias e elevadas
O que fica e agarra?
Que bata na porta
espalhe porra, leite, mel
E falte água
O que é saudade
Senão sorte estranha de descoberta
Com toda a graça
duvidosa, nebulosa e lamacenta
Que não queima, nem arrasa
Não destrói, mas só fermenta
lenta,
lenta-lenta: lenta