Temo ir me aproximando porque nos sinto estupidamente novos e esse praonde em que fomos parar é bom demais, é sorte demais, ond'é será que ainda iremos errar? Vocês me trouxeram de volta a minha mãe, e quando os escuto me sinto em casa. Vocês são loiros e matemáticos e desejos perniciosos em duplas camas de casal. Vocês são grandes olhos tão diferentes dos meus, ai, que comoventes. Vocês nos são, três a três, os conheço desde sempre. Vocês valem poucos centavos daqui, o frio em que me hão de abrigar e a tenebrosa impressão que os começos me lançam e que me afligem profundamente porque imagino os dias desfiando alegrias e junto o meu futuro brumado se desfazendo em tedioso cotidiano. Eu me apaixonei por vocês, por esta casa e estas pedrinhas e esse começo me assusta porque tudo é de um tudo maior do que a possibilidade mundana das coisas. Eu me desconsolo, porque a verdade de cada um dos seus rostos é de um contato íntimo e provocador: eu os amo. Eu me esfolo de vontade de saber o que viveremos e de medo do nosso futuro de velhos e dos vinte anos que passaremos sem nos ver. O que eu vou fazer com essa paixão insana? Eu os criei pra mim, nessa casa de chão liso de madeira, meu deus, tudo é novo e absurdamente liso nessa casa. Nossas histórias nem sequer aconteceram, subitamente já deixaram de ser. No há-de-ser, se assentam no foi.
Nós já crescemos e fodemos e rimos e ainda nem se passaram sete sóis.