Preciso me desapegar dessa sensação para amadurecer o fim. Sensação liquidificada com intuição e culpa. Penso no quanto é preciso digitar, mas paro e fico olhando pra tela e me acho uma chata repetitiva vítima dramática que fica se remoendo pra tirar um acalento de quem escuta.
Não sei o porque que é tão difícil falar de relações afetivas, ensaio o dia todo os pensamentos pra travar diante do teclado. Ontem fui desabafar pro analista e ele já me deu A quela rasteira.
"O amor não vai ficar ali sentado quietinho em silêncio onde você o colocou só porque você quer, vamos trabalhar isso"
Corro pra dentro da concha quando percebo o perigo, casca é grossa, mas dentro molinho. Que porra de perigo é essa? Não vi, não senti, abri pernas, portas e janelas, mas não deu pra sair de fininho. Implosão!
Golpes cardíaco-estomacais. Quero, mas não quero, quero, mas não quero, mas quero.
Uma supremacia emocional corrosiva, um exagero, um drama, e pra onde vai isso?
Não desaparece o desaparecido, mechas brancas não foram suficientes para entender o papel do perdedor de uma relação.