Pelas brechas do pensamento escapam pontes super extensas, enormes partos mentais. A imagem de tudo é tábua larga/densa, tudo é coisa que dura ou continua---
- Deus!!! Que prisão nascer num mundo de tantas medidas!
Por um instante perdi o lugar da ardência.
- O que me dói?
- Nada.
- O que me espera?
- Nada.
- Até onde vou?
- Não há.
- Mas e se...?
- Então
encontro-me em plena observação e vigilância do medo, sentado em mental poltrona. Ai, que medinho. Ai, que meda! Medo nativo de um mundo medido. O medo tá na ponta da ponte esperando que eu o encontre nunca-lá! Ó! Se a veneta nunca me serviu de agrado, tampouco perderei o barco porque esqueci de imaginar o remo.
- Ôô, vovozinha Vicentina. Quanta erudição tola em apenas duas gerações. Perdoe minha mãe e seus três mamíferos por tanta sucata emocional em língua pensada.
Isso tudo pra quê? Pra que eu pulasse da ponte que eu mesmo imaginei tão larga e madeirosa, de cima pra lugar nenhum. Quem mereceria meu sofrimento? Por quem ver e ter tantas lágrimas? Por sem-quem-não-viveria. Com tanta ponte, basta a vista. Mantenhamos o silêncio da paisagem, desdificultemos a paisagem, reduzamos o trajeto e: respiremos rebolando.