domingo, 12 de fevereiro de 2017

Viagem para nada

Tudo é um grito,
tudo é um ato. Tudo gesticula.
Prestar atenção, ser a(`) flor da pele
abalar a pele, como pedra pula
e pulula
paisagem imaginária.

Ser-estar sendo eu ouvidos
o gesto meu. Coisa que acontece
Coração sonâmbulo, sábio
caminha na noite e desperta!
Ouvidos
Uivos
Ruídos
Desperta!
O louco fez a mais certa
volta
e volta para a superfície para ser...
... um.

Um
mago renasce,
e tudo grita, tudo é um gesto
e ele,
maestro,
aceita (que menos dói)
e arrefecendo
o tenso exagero do desejo
e do gozo funesto
deseja mesmo
muito mais um beijo
que um espasmo.
Prefere um frágil riso
a um franco
orgasmo.
Cala a fala e em vez disso
pisca
sugere
indica, não diz o todo
para tudo poder ecoar.

Vida.

Dança o seu secreto hospício
Gasta tudo sem tudo perder
Seu grito é um gesto,
...
 prazer

Lhe soa bizarro querer mais
que ser.
Na superfície
vistas abissais mais profundas
que no fundo deseja se ampliar em poder.
Nega toda certice,
o mago
prefere esquisitice, gaysice, tolice, artice,
toda a benesse de abandonar as preces

soltar a saia de Deus

sumir na sanha secreta do
Ser no mundo.

A sua nudez
é coisa guardada.
Ele trabalha a sério
uma
coisa
 por
  vez