segunda-feira, 22 de setembro de 2014

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Tem um pé, que é meu, encostado sobre o outro e um sente o outro: pé. Estou desacostumado a ser uma coisa acostumada a ser. Nada de lamentação

por sobre a angústia, uma dança sapateia

uma dança une eu-aqui ao sim de ser. Morro daqui a alguns anos-meses-dias como dizem por aí e me desintegro deste pé. Serei, quem sabe, chão. Forte a minha presença. Tenta resgatar sua coisice. Explode e rende e canta para desaparecer o ser, contido no seu em-si. Evoco mamães, papais, casas e bocas do inferno. Que a alma possa ser coletiva, coletada do mundo-mais-que-o-eu. Eu estou de passagem, devo admitir ao padre, ao psicólogo. Quanto menos eu, mais para lá me encaminho. Tenho funções misteriosas. Sigamos por uma estrada bonita! Bonita! Algos se abriram e coisas entram nos espaços vazios provocando frutificação. Um presente. Nisto tudo que aflige, desejando pesar, um pensamento se desocupa e voa. Voa esse pano, a ideia e as sobras disso. Não fiquei, não ficarei, não tenho o dom de permanecer. Estou me desintegrando e integrarei os demais. Renuncio ao crescimento, para além de tentar uma prostituição, irei rumo ao olhar, sempre ao olhar, no limite de um triunfo que não é meu. Quanto menor, melhor. Desfaz-se o muro, resta a passagem, o benefício da contagem, da experiência útil e eu nem mesmo pude ser incluído, porque estou fora do círculo, do desenho. Voltei a borrar no todo. Logo estarei ansioso novamente. Logo me integrarei. Logo serei eu, para morrer e morrer e morrer e tentar morrer para continuar nas coisas.