domingo, 16 de outubro de 2011

Rua do professor

Na minha rua começam as pedras fluindo pra norte, onde já nos perdemos. Um jipe azul fica parado na porta do número 70, duma cerquinha baixa e insegura de madeira, envolvendo as plantinhas da Dona Isabela, todos os dias regadas com o tempo que a excede. A minha rua tem a cara das cidades em que lá nunca fui, em que lá nunca irei. Acho que poderia até ter um nome de um país ou de uma flor: rua hortência ou rua Holanda, sei lá. Que besteira. Tudo porque quando a vejo, vejo que a minha rua já viu você que me , e que, porque pode ser que me leia, me cobra outro fôlego, oferecendo novos apertos. A minha rua já nos viu beijar e me viu descendo trôpego nos primeiros dias daqui... passados, passadinhos remotos. Ela é bonita e contém a minha casa, a terceira ou quarta das que já amei na vida. estão. Esta minha rua, esta minha casa e este você: os terceiros ou quartos dos que já amei na vida.



(tudo tão bobo, tudo tão bom)