sábado, 26 de fevereiro de 2011

Tenho vergonha de te amar

Todas as janelas guardam milhões de almas. Atrás do vidro uma cadeira e se o dia for cinza e se o continente for Europa e se a rua for limpa: pior ainda. A paisagem é sempre, eternamente, a mesma. Tantas janelas, esquadrinhadas por tantos tijolinhos e tudo isso é tão distante de mim e de você que cada vez mais o concreto infla e todos os voyeurs dentro de todas as janelas que tudo guardam me olham com a grandeza cruel do mundo, me cobrando a coragem que não tive e que nunca terei de te amar.

Olha só. Meus olhos já viram tanto e meu coração segue tão bobo.