sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

querer, ser. crescer.

Eu estou aqui, antes da próxima vez que estiver e quem eu quero ser? Pergunta forte, eu tomo café de manhãzinha com o cheiro do meu gato novo pela cozinha, saio e levo minha bolsa marrom debaixo de chuva pra ser quem? Eu me desdobro em amar gente querida, eu colo nesses meus amores como quem acredita em algo maior do que nós, eu me dedico, eu sorrio e até desculpas eu peço, quem serei eu com isso? Eu sou quem? Quem sou esse que quer escrever sem mesmo saber se ajuda, esse que tem saudades de Madrid e do rio Tocantins, se tanta água, parto e caixão os bem separam. Pra quê? Pra quem? Pra onde? Por que silêncio se não me importo? Quem quero ser me explicará? Quem serei que ainda não sou? Onde nos encontramos? A que altura da vida ou do peito? Por quê?: tanto chão, tanto não, tanta palavra pensada... quem serei eu quando sentir saudades do que sou hoje? Quem quero ser quando (me ver) morto? Pergunta forte, não dá pra querer acima da velocidade cruel do ser. É correria demais.

Não se quer sem ser, não se é sem querer. Vida: se não posso lidar com o inexplicável, toda a minha existência tem o tamanho e a pobreza deste instante e já não posso querer mais nada.