sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Amar I

Assim no meio de uma sala, uma sala braaanca, branca, imensa, eu no centro e de longe eu via as paredes distantes enormes, por todos os lados, essa sala sufocante, esse fim, paredes distantes e brancas e eu sabia que havia chão, porque me tocava e sabia que havia teto, porque longe lá longe, nos cantos distantes das paredes eu enxergava os vértices, como mudanças duvidosas de sombra e eu no centro, num centro eterno, e pra onde quer que eu andasse era centro, não importava porque se caminhasse mais um pouco pros lados, pros cimas, pros baixos, permanecia no centro, era sempre centro, tão longe eram essas paredes e eu me sentia eterno e lento e era um pouco bom, mas sem sentido, era terrível às vezes, eu via aquelas paredes e eu sabia que eram paredes e não teto e eu entendia que eram minhas e eu queria tocá-las, mas por que não descia ao chão? por que não descer e tocá-lo? por que não sentar? mas não, eu queria encostar, assim , em pé com um encosto, e me sentia assim sem amparo, não dava, eu andava, eu andava, eu andava, e estava sempre no meio, no branco, no nada, no não.