segunda-feira, 31 de agosto de 2009

água salgada

Os peixinhos estavam naquele mar. quietinhos como se nada nunca fosse acontecer, não tinham nada pra fazer então foram procriar, treparam, treparam e treparam noites a fio, o coral já estava forrado de ovos e alevinos. e quando cansaram de fornicar, decidiram descer. ir mais fundo naquele infinito e frio universo azul. desceram em níveis, decidiram ir bem devagar porque ficava cada vez mais gelado e também eles eram muito pequeninos pra tanta pressão, poderiam explodir a qualquer momento.
Quanto mais eles desciam mais felizes eles ficavam, era um sentimento de explosão de liberdade, todos eles finalmente se sentiam. O brilho dos animais estranhos que eles encontravam a cada nível dava sentido a cada batida de nadadeira, a massa muscular estava inchando, nunca tiveram tanta força! a respiração estava ofegante, era hora de dar uma parada. ir com calma.
Retomaram a busca de não sei o que. Chegaram num barco de madeira podre, à frente tinha uma sereia que já estava com o nariz e cabelo carcomidos pelo tempo. Deu medo, aquele lugar era estranho e ao mesmo tempo fantástico! Exploraram bem o lugar e viram que eram os únicos peixes daquela espécie alí, foram muito bem recebidos por aqueles escrotos nadantes.
Sentiram a natureza chamando e perceberam que estava na hora de trepar de novo, e assim fizeram até os espermas e óvulos dessa estação acabarem.