quinta-feira, 14 de maio de 2009

Tão logo

Escrevo de volta, como quem rebate às cegas um beijo, só pra dizer o quanto preciso desses seus riscos, seus olhos.

Eu não sou desse tipo de felizes, que os dias passam leves, que as frases saem fáceis, que os pontos soam prontos, sempre. Sou menor do que aquilo que me envolve, um espasmo, sou um gigante perdido em poucas horas. Vivo desemparelhado do tempo, ando amando quando o amor seca, falo em feições distorcidas e me estranho sorrindo demais, num nonsense de Brilho Eterno.

Amanheço um ócio, anoiteço um sol. Fins com força de enredos, as pirraças de sempre e uma insatisfação tão rotineira, tão egoísta, tão sem gosto. Sei que me entende.

Beber desses livros de saber-se tudo e ainda ter sede, me encantar com quadros antigos, rostos e saias, desprezar novos amigos e consagrar os velhos num jazigo no peito. Sou eu, de sempre.

Quero viver meus borrões, tudo isso me consola.

E é belo, Sandra, belo demais.