sábado, 28 de março de 2009

Pálido-rubro

O efeito é sempre doloroso.
Dormir encostado nesses postes de luz baixa, felicidade que se insinua, querer descansar dessa vida de poucos bons fôlegos na memória, uma ingratidão tão nossa. Meus dias.

Estou sem gosto. Um insípido fugaz. Cultivo os hábitos mortos de ouvir um samba e beber um pôr-do-sol com novos amigos cor-de-nada, perco a afeição pelo lápis, volto aos velhos questionamentos desse ser eternamente um ponto no eixo entre um passado amadíssimo e o sonho doce no há-de-vir.

E a face estranha diz que é de amor e peito aberto que vou conseguir dobrar os dias e fazer desse oco, terra fértil.

O tempo surpreende os passos e devagar os raios renascem cá dentro, sinfonia que começa com a flauta.

É por isso tudo que sigo: dia novo, cores novas, olhos e um sorriso de moça.
Deliciosos clichês e o efeito de sempre.